Paulista, nascido em São Paulo e são paulino, Will Landers é casado há 31 anos com sua esposa Alyson, com quem tem 4 filhos e 3 cachorros. Residente nos Estados Unidos desde os 14 anos, ele é um veterano do mercado financeiro, tendo iniciado sua carreira após se formar pela Georgetown University em 1991. Atualmente, é sócio e Head da equipe de Third-Party Distribution do BTG Pactual. 

Qual é a missão do senhor à frente da Chamber? Quais as principais ações que estão no “pipeline”? 

A missão de todo presidente da Brazilian American Chamber of Commerce é promover o fortalecimento das relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. Nosso pipeline atual está focado nas riquezas naturais do Brasil e em suas grandes vantagens competitivas decorrentes desses recursos, além do histórico de respeito aos contratos e aos investimentos estrangeiros. Adicionalmente, atuamos como facilitadores para o terceiro setor brasileiro, abrindo nossas portas para incentivar o diálogo entre ONGs brasileiras e aqueles interessados nos Estados Unidos. 

Como se situa o “Person of the Year Awards Gala Dinner” para o alcance dos objetivos estratégicos da Chamber? 

O jantar serve como uma celebração das relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, homenageando anualmente duas personalidades que contribuem significativamente para estreitar ainda mais esse relacionamento. Além disso, o evento também tem como objetivo arrecadar recursos para bolsas de estudos destinadas a estudantes brasileiros aceitos nas universidades com maior destaque nos Estados Unidos. 

Quais as tendências globais que mais impactarão a relação política e comercial entre Brasil e EUA a curto, médio, e longo prazo? 

A relação entre as duas maiores economias das Américas remonta a mais de 200 anos e possui uma solidez que vai além dos eventos atuais que impactam o mundo. As oportunidades para fortalecer os laços econômicos entre os dois países têm, e terão no futuro, um grande impacto no crescimento de ambas as nações e no desenvolvimento econômico do Brasil. 

Nesse contexto, qual o papel da Chamber? 

O papel da Câmara permanece o mesmo desde nossa fundação em 1969: servir como um fórum para a discussão de ideias e oportunidades que contribuam para o fortalecimento do relacionamento entre empresários e investidores dos dois países. 

Considerando o Agro em geral e o Biocombustível em específico, como o Senhor percebe a participação do Brasil no cenário global hoje e no futuro? E na relação com os EUA? 

O Brasil foi pioneiro no uso massivo do biocombustível e continua a ser um dos maiores produtores globais. A produtividade e a capacidade de crescimento do setor agro brasileiro, respeitando as melhores práticas de proteção ambiental, garantem uma posição de liderança para o Brasil, tanto hoje quanto no futuro, incluindo na produção limpa e sustentável de biocombustíveis. Este continua a ser um tema a ser aprofundado nas relações com os EUA. 

Quais são os maiores desafios que os Fundos de Investimentos estrangeiros devem superar para aportarem recursos vultosos na economia brasileira? 

O maior desafio hoje, não só para o Brasil, mas para o mundo, é o fato de que um grupo bem pequeno de companhias está recebendo uma porcentagem bem acima do usual em termos de investimentos. As mudanças tecnológicas, o uso de inteligência artificial e os avanços em biotecnologia têm atraído grande parte do investimento global. O Brasil busca oportunidades para participar dessa competição por investimentos em inovação. 

Por gentileza, fique à vontade para abordar algum assunto que queira destacar e assim concluir esta Entrevista Glocal. 

Acredito que o Brasil possui grandes vantagens, como sua matriz de produção de energia limpa, vastas áreas florestais e fluviais preservadas, uma forte atuação no setor agro e uma população ainda relativamente jovem, com uma classe média em crescimento. Precisamos, como Câmara de Comércio, continuar a destacar os aspectos positivos do país, mostrando as oportunidades de investimento em uma das maiores democracias do mundo.