
O Brasil é o celeiro do mundo. Como produtor mundial de proteína animal, laranja, açúcar, soja e café, isso é evidente. A cada 4 copos de suco de laranja consumidos no mundo, 3 vêm do Brasil; e a cada 3 xícaras de café, 1 é brasileira. Exportamos metade da soja e do açúcar mundial, 35% da carne de frango e 25% da carne bovina. Em breve, lideraremos a produção de milho e algodão.
O agronegócio sustenta em peso nossa balança comercial. Em 2024/2025, bateremos novo recorde, somando US$ 80 bilhões a mais que na safra anterior, graças à pesquisa e tecnologia que nos tornam líderes globais em produção e gestão agrícola.
Ainda assim, enfrentamos uma imagem negativa no exterior, especialmente na Europa, que nos vê como “destruidores do meio ambiente” e grandes consumidores de defensivos agrícolas.
Mas dados do Banco Mundial e da FAO mostram o oposto: o Japão usa 11,75 kg de defensivos por hectare, depois a Holanda (4,59 kg/ ha) e França (2,4 kg/ha). O Brasil usa apenas 1,16 kg/ha, sendo o país que menos usa agrotóxicos.
Somos criticados pelo desmatamento. Porém, segundo o Banco Mundial, a União Europeia preserva 25,1% de suas áreas; a China 17%; os Estados Unidos 13,9%; e a Rússia 11,4%. Já o Brasil mantém 66,3% do território preservado e usa apenas 7,6% para a agricultura, sendo o país que mais preserva o meio ambiente.
Mesmo com uma produção eficiente e limpa, somos cobrados por países que destruíram seus biomas. Precisamos mostrar nosso valor: temos uma das legislações ambientais mais rígidas e o desmatamento em queda. A COP-30, sediada no Brasil, reforçará nosso compromisso ambiental.
Além disso, temos a matriz energética mais limpa do mundo: quase 90% da energia é gerada sem petróleo, consolidando o país como referência em sustentabilidade. Com quase 50 anos de trabalho na agricultura, vivenciei diferentes fases. Estive entre os maiores produtores de cana, álcool e açúcar, graças à tecnologia, pesquisa e ao esforço dos colaboradores. Acredito que o trabalhador bem remunerado e amparado é mais feliz e produtivo.
Também enfrentei dificuldades financeiras, o que me levou a diversificar as atividades. Hoje, produzimos soja, milho, eucalipto para celulose, além da cana, açúcar e álcool. Essa flexibilidade foi essencial para superar desafios e reestruturar o grupo.
Acredito no futuro do agro brasileiro. Somos garantidores da segurança alimentar global e podemos triplicar nossa área cultivada sem derrubar uma única árvore, mas isso exigirá investimentos contínuos e de longo prazo.
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