
A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, é o abrigo de uma biodiversidade única, com cerca de 40 mil espécies de plantas diferentes, 400 de mamíferos e 1,3 mil de aves, além de ter o maior volume de água do planeta, com uma vazão média de 176 milhões de litros de água por segundo. Esse patrimônio natural está ameaçado pela ação humana e pelo impacto dos extremos climáticos. É preciso pensar em novas estratégias de conservação e preservação dessa região de extrema importância para enfrentar as consequências do aumento da temperatura média do planeta.
O ano de 2024 está entrando na história da Amazônia pelos pontos fora da curva nas apurações meteorológicas, com altas temperaturas, seca extrema e encurtamento do período de chuvas. As causas estão na combinação de ação humana predatória, fenômenos meteorológicos muito adversos, como o El Niño, desmatamento recorrente há anos e as mudanças climáticas globais, com destaque para o aquecimento das águas do Atlântico norte e equatorial. Esse ano deverá superar 2023 como o mais quente da história. De janeiro a setembro, a temperatura média global já é a mais alta apontada pela série histórica.
O assunto está presente nas discussões da sociedade civil, nos programas de governo e na agenda legislativa, mas nada disso será possível se a maior floresta tropical do mundo estiver fora da agenda ambiental global. Sem a Amazônia, as ações de contenção, prevenção, mitigação e compensação dos danos ambientais se tornarão pouco eficazes. Qualquer iniciativa, das mais simples às mais complexas, não pode prescindir da região. Não por acaso, que isso será o centro das atenções na 30ª Conferência da ONU sobre o Clima, a COP 30, que ocorrerá em Belém, capital do Pará, em novembro de 2025.
O sinal de alerta está aceso, já estamos no limiar de um processo de irreversibilidade de aumento elevado nas temperaturas médias do planeta. A previsão de grandes especialistas é de que, se mantivermos o ritmo de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), a temperatura média mundial poderá subir até o final do século bem acima de 1,5º C, considerado o ponto limite no Acordo de Paris.
O Brasil precisa se posicionar nos fóruns para que haja o reconhecimento internacional do valor da preservação e da recuperação de áreas ambientais, especialmente a Amazônia, e que sejam valorizados mecanismos de compensação para as áreas preservadas.
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